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Provas Públicas de Doutoramento de Ana Isabel Correia



Ana Isabel Correia, estudante do Doutoramento em Psicologia, defenderá a tese intitulada "Correlates of music training: Plasticity or predispositions?". As provas públicas estão agendadas para o dia 26 de julho de 2024, às 14:30 no Auditório B203 (Edifício 2) do Iscte-Instituto Universitário de Lisboa. Também online (consulte o link aqui).



Resumo

A possibilidade de o treino musical melhorar competências cognitivas e socioemocionais tem atraído a atenção de investigadores, comunicação social e da população em geral. No entanto, a inconsistência dos resultados e as limitações teóricas e metodológicas dos estudos existentes colocam questões interpretativas. Estudos recentes sugerem que a genética pode influenciar a prática, competência e conquistas musicais, bem como associações entre domínios musicais e não musicais. Embora frequentemente se assuma que a competência musical é resultado do treino musical, ela não é exclusiva dos músicos e varia amplamente na população em geral. Contudo, os correlatos de diferenças individuais nas competências musicais permanecem pouco compreendidos. Num conjunto de cinco estudos, esta tese investigou diferenças individuais na competência musical de indivíduos com e sem treino musical. Examinou-se a forma como estas diferenças individuais se relacionam com variáveis habitualmente estudadas em relação ao treino musical, nomeadamente capacidade cognitiva, reconhecimento de emoções, personalidade, e variáveis sociodemográficas. No Estudo 1, a capacidade de reconhecer emoções vocais evidenciou uma associação fraca com o treino musical, mas forte com as capacidades de perceção musical, independentemente do treino musical. No Estudo 2, o Musical Ear Test revelou ser uma ferramenta confiável e válida para avaliar a competência musical online. No Estudo 3, músicos profissionais apresentaram maior competência musical e perfis de personalidade diferentes comparativamente com outros indivíduos, mas não diferiram na capacidade cognitiva. No Estudo 4, as competências musicais mostraram uma associação com a capacidade cognitiva e experiências musicais informais, mas não com traços de personalidade. Além disso, indivíduos sem treino musical mas com boa competência musical tiveram um desempenho semelhante ao de indivíduos com treino musical em termos de capacidade cognitiva, mas obtiveram um valor inferior no traço de personalidade abertura à experiência. No Estudo 5, os participantes foram relativamente capazes de avaliar a sua própria competência musical, embora tendessem a sobrestimá-la, uma tendência que foi mais pronunciada nos homens e em indivíduos com menor capacidade cognitiva. Em geral, a investigação desenvolvida sublinha a importância de considerar a musicalidade de indivíduos sem treino musical, bem como as diferenças entre indivíduos com treino musical, no sentido de melhorar a nossa compreensão das associações entre competências musicais e não musicais.

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