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Policy Brief: AGENTS

Facilitar interações humano-robô através do humor

Sumário


O humor é uma característica importante na comunicação humana que pode ser aproveitada para criar interações mais naturalistas e realistas com robôs. As potencialidades de humor podem ser aumentadas através da personalização do humor com base no utilizador em cenários naturalistas. Contudo, a falta de contexto, a desconsideração pelas preferências do utilizador, e o recurso excessivo a certos formatos de piadas, tais como trocadilhos ou piadas curtas, são ainda limitações encontradas nas atuais abordagens ao humor nas interações humano-robô (IHR). O projeto AGENTS - Automatic generation of humor for social robots criou bases de dados de piadas em português e inglês de modo a permitir investigar o papel do humor em IHR tendo em conta algumas características do utilizador, incluindo as suas atitudes em relação a robôs e o seu estilo de humor. O estudo principal envolveu a criação de uma tarefa de entretenimento e a adaptação de um jogo de humor para o contexto IHR, durante o qual foram avaliadas as perceções dos utilizadores sobre a tarefa e os robôs, efetuados registos fisiológicos e analisado o comportamento de interação. Os resultados preliminares sugerem que um robô que usa humor é visto como sendo mais caloroso e competente do que um robô que não usa humor, aumentando o seu valor emocional. Estes resultados e os conjuntos de dados desenvolvidos serão relevantes para futuras investigações na IHR e espera-se que contribuam para o desenvolvimento de robôs mais eficazes socialmente quando usados em cenários complexos de interação naturalista.


 

Introdução

Em 1999, a Apple introduziu no seu OS 9 um sistema de geração de piadas que era capaz de interagir com o utilizador. Embora limitadas a um formato pré-definido, este foi um sistema pioneiro que deu um "toque humano" ao sistema e ainda hoje é utilizado nos sistemas operativos da Apple. No entanto, o humor é uma característica que surge naturalmente nas conversas quotidianas e a sua complexidade é difícil de captar através de interações baseadas em formatos pré-definidos que não têm em consideração o contexto, como estas. Assim, os sistemas que utilizam piadas com um 'guião' limitam a interação humano-robô (IHR) devido à sua falta de contexto, à desconsideração pelas preferências dos utilizadores, e ao recurso excessivo de certos formatos de piadas, tais como os trocadilhos ou piadas curtas.


O humor parece ter efeitos positivos na saúde das pessoas. Por exemplo, uma revisão de literatura sobre os impactos do riso na pressão arterial e variabilidade da frequência cardíaca sugere que o riso está associado a uma melhor saúde cardiovascular, de acordo com estudos longitudinais. Contudo, esta revisão revelou que muitos estudos apresentam baixo nível de qualidade, pelo que as autoras alertam para a necessidade de investigação adicional na avaliação do impacto de intervenções com indução de riso para a saúde cardiovascular. De qualquer forma, o humor é um aspeto relevante da comunicação humana que se poderá estender para as IHR.


Neste âmbito, uma revisão de literatura de estudos sobre humor em IHR, conduzida por Raquel Oliveira, aluna de doutoramento no CIS-Iscte, e orientadoras Patrícia Arriaga, Ana Paiva e Minja Axelsson verificaram que o humor parece melhorar a perceção do utilizador face ao robô, bem como a sua avaliação relativa à interação. No entanto, destacam que são poucos os estudos que investigam contextos de interação no qual o humor ocorre de uma forma natural e poucos analisaram os efeitos da IHR na perceção da tarefa e do robô, cruzando diferentes tipos de indicadores de respostas emocionais, cognitivas e comportamentais durante a interação, existindo por isso a necessidade de aprofundar esta temática emergente.


O projeto AGENTS - Automatic generation of humor for social robots foi financiado pelo programa CMU Portugal com o seguinte consórcio:

  • INESC-ID e Instituto Superior Técnico (IST), integrando a Professora e Investigadora Ana Paiva (investigadora principal) e o Professor e Investigador Rui Prada, bem como as investigadoras Inês Batina e Maria José Ferreira;

  • Iscte - Instituto Universitário de Lisboa, integrando a Professora e Investigadora Patrícia Arriaga (co-investigadora principal), a investigadora Raquel Oliveira e o investigador João Barreiros do Centro de Investigação e Intervenção Social (CIS-Iscte), com o apoio das estudantes Patrícia Oliveira e Jasmine Sarrouy que frequentam o Mestrado Ciências em Emoções no Iscte;

  • Carnegie Mellon University através da integração do Professor e Investigador Louis-Philippe Morency.


O objetivo final do AGENTS foi a implementação de interações humorísticas no contexto de um jogo de cartas que envolvia humanos e robôs. Neste contexto, era esperado que a personalização do humor melhorasse os resultados da interação e aumentasse a perceção positiva face aos robôs, bem como a intenção de interagir com eles no futuro.

Abordagem e Resultados

Conclusão

Implicações e Recomendações


Resumo do AGENTS em 1 página

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