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O presente e futuro do Discurso de Ódio em Portugal esteve em discussão no Iscte

Os principais resultados do projeto kNOwHATE, liderado pela investigadora Rita Guerra (CIS-Iscte), foram apresentados a 9 de julho no Iscte-Instituto Universitário de Lisboa. A conferência, com exceção da intervenção da palestrante convidada, está disponível para (re)ver no YouTube, através do link: https://www.youtube.com/watch?v=2S4yA1sF9Ao

© 2024 José Sequeira | Iscte


Rita Guerra e Paula Carvalho (INESC-ID) destacam como uma das principais conclusões do estudo a existência de múltiplos discursos de ódio que mobilizam diferentes conteúdos e recorrem a estratégias linguístico-discursivas diversificadas. As formas de expressão mais veladas e subtis são as mais prevalentes nos dados analisados, que incluíram comentários online do YouTube e do Twitter (agora X).

© 2024 José Sequeira | Iscte


Os diversos recursos desenvolvidos no âmbito do projeto ajudarão a combater o discurso de ódio online. Por exemplo, um protótipo que utiliza IA para classificar automaticamente discursos de ódio em textos escritos em português está disponível em acesso livre. Contudo, este protótipo está ainda em desenvolvimento e não isento de erro.

Esta ferramenta pode ser utilizada num contexto mais educativo, isto é, no contexto de sala de aula. Mas essencialmente o principal público-alvo é a maioria silenciosa, o cidadão comum que não tem necessariamente formação em engenharia e que pode até nem saber o que é um algoritmo” referiu Rita Guerra.

Também com o intuito de informar sobre o discurso de ódio online, e promover formas de o combater, através de contra narrativas, o projeto desenvolveu um podcast de 4 episódios e uma campanha de disseminação que conta com um booklet e um flyer. Finalmente, uma campanha de dois vídeos desenvolvidos pelo realizador Bruno Cabral (Garden Films) foi divulgada nas redes do projeto. Com o objetivo de provocar a reflexão, um dos vídeos recorreu a inteligência artificial para criar uma situação hipotética de discurso de ódio contra portugueses, com base em situações reais contra outras comunidades-alvo. O segundo vídeo dá voz a diferentes comunidades-alvo, apelando ao combate do discurso de ódio.

© 2024 José Sequeira | Iscte


Nesta que foi a conferência final do projeto, uma mesa redonda promoveu a discussão sobre as perspetivas das diferentes comunidades-alvo de discurso de ódio. Moderada pela investigadora do projeto Cláudia Silva (ITI-LARSyS), esta mesa contou com a intervenção de representantes das entidades parceiras do projeto: José Falcão (SOS Racismo), Victor Costa (Casa do Brasil de Lisboa) e Sara Soares (ILGA Portugal).

© 2024 José Sequeira | Iscte


Do programa fez ainda parte uma palestra com a convidada Sahana Udupa, professora de Media Antropology na LMU Universidade de Munique e especialista em discurso de ódio, que alertou para as enormes limitações dos actuais modelos de moderação de conteúdos baseados em aprendizagem automática, destacando a necessidade de apostar em abordagens transparentes, reflexivas, e colaborativas na moderação de conteúdos. O evento encerrou com uma breve reflexão da coordenadora do projeto e de Helena Pereira de Melo, do Observatório do Racismo e Xenofobia (ORX).

© 2024 Sofia Rocha | Iscte


A conferência teve a cobertura de um jornalista do Público, que escreveu uma notícia sobre o projeto. Aqui fica um vídeo de balanço do evento:



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